quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Vivendo e aprendendo

Jurandir que nuca teve muitas aptidões manuais, nunca foi bom para aqueles pequenos serviços domésticos que cabem ao "homem da casa", como consertar objetos quebrados, fazer alguma coisa de carpintaria, dar um jeito nos canais da tv, na antena, etc, etc...
Mas, se surpreende com Maria Eugênia que, de uma hora para outra, começa, ela mesma, a executar esses pequenos consertos.
Chega no seu doce lar e vê o ferro elétrico esquentando novamente, aquele bocal de lâmpada problemático já acendendo normalmente, o fogão já não apresentava nenhuma boca entupida e até mesmo a maldita torneira do banheiro da suíte do casal, que pingava a noite inteira, completamente fechada.
Era praticamente uma boa surpresa por dia...
Que mulher maravilhosa!
Aprender tanta coisa naquela idade (já madura), em tão pouco espaço de tempo. E com tantos afazeres domésticos.
E o que é melhor, essa boa surpresa, justo no momento em que o casamento esfriou um pouquinho (quinze anos, sem filhos...).
Até que ela prometeu dar um jeito no chuveiro, que já não aquecia como antes.
Jurandir muito preocupado, já que a peça era ligada em duzentos e vinte volts, volta para o apartamento mais cedo, a fim de evitar algum choque e, quem sabe, poder aprender um pouco também.
Mas, para a sua surpresa, encontra Maria Eugênia de camisola ao lado do zelador, semi-nu, com a chave inglesa na mão e o chuveiro desmontado.
Quase aconteceu uma tragédia, que só não ocorreu, devido ao porte avantajado do prestativo funcionário do condomínio (e também pela sua fama de mau elemento).
O pobre Jurandir acabou perdoando Maria Eugênia e para fugir das más línguas dos vizinhos, mudou-se para uma distante cidade do interior do estado.
Parece que foi muito bom, pois Maria Eugênia que mal sabia fritar um ovo, passou a recebê-lo todos os finais de tarde, com um pão bem quentinho, "feito por ela mesma", em casa...

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