domingo, 19 de junho de 2011

História de peixeiro

Eu sempre me orgulhei de conhecer um bom peixe. Inclusive, achava que sabia diferenciar as principais espécies marinhas.
Mas fui testado, de maneira cruel, dias desses, por uma antiga amiga, que nasceu e cresceu convivendo com pescadores e com peixes, é claro, na Praia da Baleia, lá prás bandas do Mundaú, no Ceará.
Discutíamos quem conhecia mais sobre peixes, durante o almoço e ela me propôs um desafio: ir até o Mucuripe, bairro de Fortaleza, eternizado pelo Fagner, nas banquinhas de venda de peixes e comprar uma cavala inteira (para os leigos, um tipo de pescado bem comum lá no Nordeste).
Topei na hora, pois era um dos meus preferidos em uma peixada, com a sua carne tenra e saborosa.
Seria moleza...
Fomos até as bancas móveis localizadas na frente das jangadas, que trabalham com um produto fresquíssimo.
Paramos do lado da barraca do Antônio Simão, um vendedor que já tinha sido pescador do ex-marido desta minha amiga, que era bem conhecida no local.
Mas, ela escolheu justo um vendedor que não a conhecia e para deixar a situação ainda mais interessante, ela ficou uns três passos atrás de mim.
Cheguei cheio de razão e pedi ao peixeiro uma cavala bem fresquinha.
Ele tirou um belo exemplar do gelo e me mostrou.
Analisei bem o pescado, examinei as guelras, os olhos e a solidez da carne para certificar-me que, de fato, era bem fresquinho e pedi para pesar que eu iria levar...
Nisto, aproxima-se esta minha amiga e tasca, sem cerimônias:
- Este peixe não é uma cavala!
Eu e o peixeiro ficamos indignados, como assim, não era uma cavala!?
Ela complementa:
- É um serra (pequena nota: um peixe semelhante mas com um valor comercial bem menor, pois não tem o mesmo sabor daquele que eu estava comprando).
Antes do clima esquentar e iniciar um bate boca, o vendedor do lado, o Antônio Simão, que já foi pescador do ex-marido da minha amiga, interveio e sentenciou:
- Fulano de Tal, essa mulher aí, foi criada na praia, conhece mais peixe que todo mundo daqui...
O peixeiro deu uma recuada, olhou mais uma vez para o peixe disse que, de fato, estava enganado, já que havia se confundido e pegado o produto errado no fundo do isopor.
Com certeza o que eu quase havia comprado como cavala era um serra.
Só não parti para cima do cidadão em questão porque ele estava com uma afiada faca de limpar peixe (e também porque eu não brigo com ninguém, é claro).
E o pior é que eu sabia diferenciar os dois peixes, mas os danados lixam o serra na areia para esconder uma listra amarela que é evidente na sua lateral.
Aprendi mais uma e transmito essa lição a todos os amigos para que nunca comprem gato por lebre ou serra por cavala...

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Dez do Um de Onze



Isabela.
Isa, bela!
Isa linda.
Bela Isa.
Linda Isa.
Bela linda.
Linda, Bela.
Isa ou Bela?
Tanto faz!
Só importa ela...