quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Portunhol

Santa Catarina é um estado que recebe, todos os anos, uma horda de argentinos.
Eles trazem alegria e muito dinheiro para as cidades catarinenses.
É impossível ir até lá, sem encontrar pelo menos uma dúzia deles.
Foi o que aconteceu com a Cidinha.
Acompanhando os seus cunhados mais ricos, viaja de férias para o estado barriga-verde e comparece a todos os bons bares e boates de Florianópolis a Balneário Camburiú.
Recém separada, muito fogosa e com a sua beleza um pouco incompreendida pela maioria dos paulistas, vê naqueles espaços recheados de portenhos, uma chance de conseguir um bom partido estrangeiro.
Com muita esperança sempre se arrumava bem, perfumava-se com uma fragrância cítrica madrilenha e ia para a guerra.
Só tinha um "pequeno probleminha", que cooperava muito para a sua constante retranca: ela não falava patavinas de espanhol.
Por isso, na maioria das vezes, ela evitava iniciar uma conversa com algum "hermano", sempre esperando uma abordagem por parte deles.
Esse pequeno detalhe da língua era praticamente insignificante para Cidinha, já que não a desanimava.
Mas, em um bar bem badaladinho de Jurerê Internacional, ela vê uma grande oportunidade, com um grupo de argentinos conversando com os seus cunhados em um portunhol compreensível.
Feliz da vida, ela ajeita o seu pretinho básico e se dirige até ao grupo.
Acompanha o desenrolar da conversa e percebe um olhar mais atento de um dos portenhos presentes.
Ela se anima e começa a fazer carinha de inteligente, mostrando com o franzir da testa e com sorrisos, que estava acompanhando bem o andar da conversa.
Observando isso, o argentino que se mostrava interessado nela, interrompe o papo e faz uma pergunta longa, em um bom portunhol, diretamente para ela.
Sem entender nadica de nada do que foi perguntado, ela arregala os olhos, levanta a sobrancelha e devolve:
- "Acuma?"
E Deus salve a nossa Didi Mocó Sonrisal Colesterol...

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