quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Golpe

Espertalhões, velhacos, existem em qualquer lugar.
Golpes que lesam o patrimônio público e privado são comuns em quase todo o território nacional.
Em pleno século XXI, ainda há pessoas que caem no "conto do Vigário" ou no "golpe do bilhete premiado", que já existem desde a metade do século passado.
A ganância e a ignorância de parte da população são aliadas desses maquiavélicos usurpadores.
Um desses casos que não me saiu da memória, ocorreu em algumas cidades menores do interior do estado de São Paulo e vitimou alguns dirigentes de clubes até tradicionais do nosso querido esporte bretão.
Uma quadrilha de malandros passou a frequentar os jogos da segunda e terceira divisões do futebol paulista e observando os trejeitos e manias de alguns árbitros, antes de entrar em campo, bolou uma estratégia de ganhar algum dinheiro de pessoas não muito honestas.
Acontecia o seguinte: um determinado juiz ao entrar em campo, batia o pé direito três vezes antes de pisar no gramado e se benzia olhando para o céu. Isso era comum para ele. Sempre fazia isso, independente de onde apitaria o jogo.
Sabedores dessa mania, os aproveitadores ao lerem a escala de árbitros da Federação Paulista, procuravam com alguma antecedência algum diretor do time mandante do jogo que esse infeliz apitaria e propunham um esquema para facilitar a partida para o time da casa.
Diziam que o juiz já estava ciente da pilantragem e pediam o dinheiro antecipado para fechar o esquema, que daria a vitória ao time ajudado pelo "árbitro corrupto".
Muitas vezes, os dirigentes pediam uma garantia que provasse que o juiz tivesse aprovado a velhacaria.
Então eles colocavam, de maneira categórica:
- "Se ele bater o pé três vezes antes de pisar no gramado e se abençoar olhando para cima é porque topou o dinheiro que vocês ofereceram."
Volto a frisar, que o pobre coitado do árbitro SEMPRE fazia isso antes de entrar em campo e jamais sonhava com o que estava sendo tramado pelas suas costas.
Muitos clubes topavam e depois de ver o dito cujo fazer o seu ritual tradicional para entrar em campo, davam o dinheiro para os gatunos e esperavam um jogo fácil, por parte da arbitragem.
Não se passavam nem cinco minutos e os larápios se mandavam da cidade para nunca mais voltar.
Agora, se o pobre do árbitro dava sorte de apitar um jogo tranquilo, em que o time mandante vencia, não acontecia nada.
Mas, quando o time da casa perdia...
Teve juiz que chegou a sair do estádio até de camburão!

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